No vídeo acima, o ex-presidente bêbado e seu assecla governador corrupto e amoral ridicularizam um garoto pobre e humilde por ele gostar de tênis e pedir a inserção do esporte na periferia. Para o presidente que sofre de amnésia e seu lacaio, isto é um "esporte da burguesia" e o menino humilde é um traidor de sua classe, por desejar aprender um esporte que não é para pobres e estar insatisfeito com tanto esforço despendido por eles. Ironicamente, mandam o garoto estudar. O desdém pelos ditos "libertadores do povo" pelo próprio povo e o modo como o subestimam é gritante.
Vivemos um processo gradual e rápido de desvalorização não apenas do conhecimento, da leitura, do aprendizado e do auto-didatismo como também um ódio mortal à alta-cultura. E por alta-cultura, podemos compreender as bases e raízes civilizacionais, as artes clássicas, a música erudita, as artes sacras, a escultura, pintura, a literatura, a filosofia (incluindo os fundamentos gregos) e todo o conjunto de idéias elevadas que constituem as bases da civilização ocidental. Estas bases criaram nossos atuais conjuntos de leis e as bases do Direito, as leis financeiras, os contratos sociais, a moral, os direitos individuais e as bases do aprendizado e do saber colocando o conhecimento como um fim em si, e um meio de alcançar os objetivos financeiros, profissionais e pessoais.
A prática marxista e da Esquerda consiste em reduzir o nível intelectual da população ao mais baixo possível. Uma população extremamente ignorante é facilmente manipulável, e o próprio discurso da guerra de classes e da disputa histórica de poder exige um nível de inteligência baixíssimo e um fanatismo político hediondo. Qualquer pessoa minimamente esclarecida sobre o "modus operandi" da economia e da sociedade em si, pode não mesmo rejeitar totalmente o discurso marxista, mas no mínimo se tornará mais resistente à ele.
Este fato se comprova através da constatação óbvia de que em todas as revoluções comunistas, a alta "casta" intelectual anterior e contrária à Revolução foi, em todos os países onde isto ocorreu, não apenas demonizada, acossada e vilanizada, como também exterminada fisicamente, através de perseguições e eliminações. E estes intelectuais não eram necessariamente conservadores ou mantenedores dos valores tradicionais. Trótski, um dos maiores exemplos da tirania intelectual de Esquerda, não era nem de longe um tradicionalista: era um dos intelectuais marxistas, morto simplesmente por discordar do regime stalinista.
O emburrecimento da população é um processo extremamente rápido. No ocidente, o emburrecimento e a diminuição do QI médio populacional foi um trabalho de poucas décadas, suficiente para destruir o progresso alcançado durante milênios de conhecimento organizado, categorizado e compilado. Todo o processo desconstrutivista é muito mais rápido do que qualquer processo de edificação. O que leva mais tempo: projetar, arquitetar, lançar as bases e dar forma a um edifício ou simplesmente demolir este edifício?
O processo de desdém e inferiorização intelectual começa pela destruição da língua falada e escrita. Sob o pretexto de incluir todas as variações linguísticas, o governo sobrepõe o errado como correto, ensinando que as pessoas podem sim escrever de forma errada, ou como bem desejarem, pois o importante não é a escrita em si, e sim o entendimento dela. Logo, o descaso pela ortografia, pelos significados, pela caligrafia e pelo idioma em si se tornam a norma do ensino que deveria promover o oposto: o conhecimento e o domínio da língua materna. O indivíduo cria então uma série de vícios, e como é doutrinado que eles não constituem um erro, mantém estes vícios tornando sua própria escrita uma adulteração bizarra da língua materna.
Escrevendo mal, o indivíduo por consequência também passa a falar mal. Não consegue se expressar em ambientes formais com o mínimo de decoro ou de fluência. O próprio vocabulário do indivíduo fica extremamente limitado, e uma das bases para um conhecimento expansível é a própria extensão do vocabulário: quanto mais palavras - e seus respectivos significados e escritas - são conhecidas, maior é a própria extensão do conhecimento do indivíduo. Se ele não conhece um tema, mas sabe ao mínimo um termo que conecte a este tema, ele naturalmente terá a curiosidade de aprender sobre o assunto.
Isto parece complexo, mas é uma didática essencial para crianças que vivem a primeira infância e que até mesmo ainda aprendem a falar. O primeiro passo para o conhecimento delas é aprender o nome das coisas, e aprender a falar, ligando os objetos aos sons que formam as palavras. Depois, ela entende o funcionamento das coisas ao seu redor. Destruindo a língua escrita e falada e reduzindo-a a meros grunhidos ou caracteres impossíveis de serem interpretados, o governo bloqueia naturalmente todo o restante da cadeia de aprendizado.
Isto é feito primeiramente demonizando a alta cultura. A literatura, as artes, as músicas eruditas, as ciências mais complexas, a filosofia em si, são colocadas como atividades da "elite", e como agentes demoníacos anti-proletários, tudo o que a elite faz, pensa e produz deve ser taxativamente descartado e desacreditado. O monopólio do conhecimento, por muitos séculos, foi sim uma atividade restrita a algumas elites reduzidas, entretanto, com o mundo atual e o dispersar do conhecimento, o mais sábio seria justamente incentivar esta alta cultura à todas as classes populacionais.
O que estes imbecis deveriam fazer, e o correto, seria incentivar estas pessoas a se dedicarem em todas estas atividades, e não demonizá-las como se fossem insolúveis às classes mais baixas. E sobre o pretexto de incentivar a "cultura popular", eles obliteram toda a alta cultura substituindo-a por todo o tipo de arte improdutiva, literatura doutrinária marxista, retórica filosófica barata e discursos vagos de lutas de classes.
O discurso de valorização da "cultura popular" e democratização do ensino são disfarces para a destruição da cultura elevada. Demonstrações simples deste emburrecimento populacional perpetrado pelo Estado atual, são o próprio Ministério da Educação (MEC) e o ensino público estatal. O MEC erra constantemente nas coisas mais óbvias, tanto na elaboração de questões do ENEM, quanto na própria grafia das palavras.
Os próprios livros didáticos contém erros terríveis e banais, isto quando não ensinam que escrever de forma errada é correto. Essa subjetividade e tratamento do conhecimento como algo etéreo torna o processo descontínuo, fragmentado e desinteressante, criando uma aversão ao aprendizado em si. Todo o cidadão deve ter o direito, o acesso e o incentivo a trilhar o processo do conhecimento, do saber e do entendimento de tantas áreas quanto possíveis. Só através do conhecimento hierarquizado, sequencial e aprofundado, o indivíduo pode criar um intelecto avançado e complexo, e tornar-se no mínimo menos suscetível à manipulação estatal e midiática.
Esse processo, descrito neste texto, certamente causará a atmosfera de algo intangível e inalcançável. O intelecto desenvolvido e o processo de construção da inteligência não são processos meramente simples e fáceis, pelo contrário, exigem tempo, dedicação, esforço pessoal e resistência. Entretanto, não são coisas impossíveis ou exclusivas para pessoas "super dotadas", como se fosse exigido um nível nato superior. Este é um processo que pode ser alcançado por qualquer cidadão, e é justamente isto o que a dialética esquerdista quer destruir, incutindo nas pessoas a mentalidade de que elas são burras, não precisam aprender tanto e podem se servir de um pensamento raso e superficial.
Quebrar a ideia de que ser extremamente inteligente é algo desnecessário, praticamente impossível de ser obtido e reduzido apenas à burguesia e à elite - entidades as quais os comunistas mais ricos adoram se inteirar ou no mínimo, roubar - é o primeiro passo para a purificação das gerações destruídas pela ideologia das lutas de classes. O prazer pelo conhecimento e a valorização do saber são os alicerces de um indivíduo forte, e por consequência, de um povo e uma nação sólidos. E o marxismo comunista internacional é anti-nacionalista, prezando pela destruição da identidade nacional e a substituição deste pela luta internacional de classes.
É nítido que vivemos numa cultura social que ao invés de elevar o conhecimento do ser humano tem contribuido para a decadência intelectual deste. Percebe-se o quanto os livros de hoje são fracos, apresentam os fatos de modo muito sintético quando não, deturpam a verdade substituindo pelo erro e manipulando os leitores para que acreditem que algo ruim tenha redundado em bem para a sociedade. Sem contar que as demais fontes de informação tais como imprensa, jornais onlines também contribuem para essa imbecilização, por isso a importância da interpretação textual, de buscar fontes diferentes, de fazer leituras reflexivas e analisar de forma analítica tudo o que se lê.Parabéns ao autor pelo texto. Muito bom!
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