O prejuízo fóssil

A Petrobras, uma empresa que chegou a possuir um dos maiores valores de mercado e com um enorme potencial, foi transformada em um elefante branco na administração petista.

O petróleo foi, é e continuará sendo por um longo tempo uma commoditie valiosíssima. Através do petróleo, inúmeros compostos podem ser obtidos, compostos estes que são utilizados para os mais diversos fins industriais. Um deles, e talvez o principal, é a obtenção de combustível. Um país soberano que possua fontes significativas de petróleo terá um grande trunfo em favor de sua economia.

Entretanto, alguns países conseguem a proeza de transformar até mesmo petróleo em prejuízo. Antes de falarmos do Brasil, falemos de nossos amigos "bolivarianistas" venezuelanos. A Venezuela estatizou todo o setor petrolífero, transformando estes conglomerados na atual estatal petrolífera venezuelana, a PDVSA (Petróleos de Venezuela SA). De lá para cá, o setor perdeu poder, o valor e o volume de produção diminuíram e a Venezuela foi obrigada a conceder a uma petrolífera estatal russa (Rosneft) grande parte do mercado nacional (40% do total), em uma ação conjunta das estatais que foi um anúncio óbvio da perda de produção e da incompetência da estatal venezuelana. A Venezuela vende o petróleo nacional para a Rosneft a um preço bizarramente ridículo e ordinário, que é o preço de U$00,10 por barril (dez centavos de dólar por barril).

O recesso econômico vivido atualmente na Venezuela é a prova factual de que estatizações feitas pela Esquerda são um fracasso total. O problema não é originalmente a estatização em si, mas sim a ingerência. A PDVSA virou e serviu de palanque político a Hugo Chávez, que usou a "retomada histórica dos recursos venezuelanos para o povo" como uma conquista política e um marco benéfico a todo o povo venezuelano, o que na verdade representou um retrocesso. A concessão a uma empresa russa não foi um plano estratégico, e sim ideológico, já que o objetivo era simplesmente retirar a influência petrolífera norte-americana da região. Parece que comunistas não se importam na ação predatória de países estrangeiros, desde que estes não sejam da Europa ocidental e nem os Estados Unidos.

No Brasil, a Petrobras segue o mesmo caminho. Já com um prejuízo estimado em torno de 7.39 bilhões de reais em relação à Receita Federal e uma queda de 36% no lucro, a empresa enfrenta um de seus piores momentos. A dívida total supera largamente este valor. A estatal foi impedida de fazer exportações importações por conta de suas pendências e irregularidades financeiras. a Petrobras mantém o registro contínuo da queda de suas ações. Grande parte do pré-sal, vendido no governo do PT como um enorme avanço para a economia nacional, já foi cedido à investimentos e ações de petrolíferas estrangeiras, que já deixaram claro que farão o refino do petróleo fora do Brasil. Nessa relação, passamos a meros exportadores do commoditie bruto, recebendo apenas pelas produções de barril e uma porcentagem no lucro total da extração do resíduo fóssil. A administração incompetente de Maria das Graças Foster e a administração petista do negócio transformaram a Petrobras em mera causa de propaganda eleitoral e cabide de empregos, um elefante branco inoperante e estagnado.

Agora, as parcerias com as empresas fruto das miragens do recém iniciado em processo de falência Eike Batista com o propósito da viabilidade de utilização de portos e canais de escoamento, sendo a principal delas a OGX (mais um dos elefantes brancos de Eike) sugam ainda mais dinheiro do contribuinte, e do pseudo banco social BNDES, que injetam dinheiro em uma parceria duvidosa e já entravada.

O governo petista consegue completar para o seu quadro de feitos históricos a proeza de transformar uma das empresas com maior potencial operativo e com um dos valores de mercado mais altos em um prejuízo enorme, que corre o risco extremamente provável de ruir. No Brasil, até mesmo o petróleo que cai nas mãos dos vermelhos consegue ser transformado em regresso, dívida e prejuízo, e não em dinheiro, investimentos reais e retornos significativos para a população. O único retorno mais notável ao cidadão brasileiro, entretanto, continua sendo o preço absurdo do combustível.