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segunda-feira, 17 de junho de 2013

O paradoxo do "revolucionário"

O aspecto revolucionário do protesto: revolução no nome e nas ideologias vermelhas, mas na prática, manutenção do status quo político


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Aviso anti idiotas-úteis: o texto abaixo não visa defender classes políticas, nem a manutenção da corrupção nem incentivar a inércia no status-quo atual, nem gratuitamente criticar qualquer atitude ativa contra o governo, trata-se unicamente de uma série de críticas racionais e lógicas que têm por objetivo mostrar a razão da mornidão e irrelevância ideológica da série de protestos recentes.
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Com muito alarde e ânimos exaltados, a onda de protestos que tomou foco em várias regiões do Brasil (principalmente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro) tem sido tomada - principalmente no meio virtual - como o "despertar" da população brasileira, o que seria o início de um grande processo de reconstrução social, política e econômica, e obviamente o fim da corrupção e do processo histórico de exploração política. Longe de ser um processo de reconstrução histórica, a onda de manifestações é uma questão mais administrativa do que política. Talvez o único aspecto mais "político" deste movimento seja a presença de partidos políticos de ultra-esquerda (PSOL, PCO, PSTU e até mesmo o famigerado PT), e o fato incontestável de que a maioria dos militantes são comunistas, anarquistas ou "neutros" (coloque-se aqui comunistas com vergonha de se auto identificarem).



O levante de manifestações mostra que, a curto prazo, conseguirá no máximo a atenção e a indigestão momentânea, principalmente com o paralelo ao evento da Copa das Confederações. Mas a médio e longo prazo não trará mudanças significativas, por várias questões que serão explicadas de forma clara e objetiva.


O levante de movimentos não pode ser considerado um catalisador de mudanças por que iniciou como fruto de uma questão administrativa, e não política. O aumento da tarifa pode não ser, atualmente, o único fator de revindicações, mas foi sim o motivo inicial. E como é fruto mais da emoção e revolta institucionalizadas na classe jovem e "revolucionária", não pode ser considerado no plano filosófico ou ideológico. As propostas do movimento são infantis e mostram o pouco preparo e a visão comunista cristalizada na maior parte dos participantes do movimento. Entre elas, as principais são a colocação da tarifa zero, ou seja, a total gratuidade para os transportes públicos, e a estatização dos transportes públicos.


Uma tarifa zero nos transportes resultaria em um aumento de impostos em outras áreas tanto para compensar os gastos no setor, como o salário dos profissionais do ramo. A gratuidade nos transportes seria um presente que não seria simplesmente dado, mas cobrado em outros setores. A prestação do serviço, mesmo que público, necessita gerar uma receita, ou caso contrário o déficit tornara o serviço inviável e causará sua deterioração ao decorrer do tempo. A gratuidade em um serviço, mesmo que público, é algo insustentável. E de fato não há nenhuma prestação pública de serviço que seja gratuita, todas elas são pagas com nossos impostos. A má gestão destes impostos é que gera a má qualidade nos serviços.


A estatização dos transportes públicos é outra das alternativas infantis, e mostra que os manifestantes são movidos no máximo por uma "boa vontade", mas tomados de um teor ideológico raso e um profundo desconhecimento do próprio processo e da sociedade em si. Um dos objetivos dos militantes é o "fim da corrupção", mas ao mesmo tempo eles pedem e promovem justamente um dos fatores que mais contribui para a corrupção e o inchaço político e governamental: a entrega cada vez maior de serviços ao Estado e a atribuição cada vez maior de tarefas ao mesmo.


O processo atual consiste em licitações, que dão a poucas empresas o direito de explorar o serviço. Basicamente, o transporte público no Brasil é monopolizado pelo estilo rodoviário (ônibus), com algumas exceções de cidades que oferecem um serviço metroviário igualmente ineficiente. Exceto algumas exceções, como a cidade de Curitiba, o transporte público segue o modelo da ineficiência, do alto custo e da pouca ou inexistente variação de opções. Isto acontece por que o próprio processo  de licitações permite a construção do corporativismo (fator confundido ingenuamente pelas crianças do protesto como "capitalismo" ou iniciativa empresarial), que é o monopólio de uma atividade comercial por um número restrito de empresas. Essas empresas são devedoras de favores aos governantes, e os governantes são devedores de favores às mesmas. Impedindo a instalação de outras empresas e alternativas de transporte, o Estado mantém seus pupilos e as trocas de favores colaboram para uma tarifa cada vez mais cara e um transporte cada vez pior e mais defasado.


Enquanto as pessoas não direcionarem seu desejo de mudança à ideologias, grupos, partidos e pessoas específicas, pessoas como José Dirceu serão apenas criminosos impunes assistindo o ranco barulhento do povo.

Os pequenos jovens revolucionários confundem isto com "exploração capitalista" e "enriquecimento de empresários". E tomados pela visão da luta de classes, oferecem como solução a estatização total do serviço público de transportes. Basicamente, a única vantagem neste processo seria para os próprios políticos, que teriam toda a liberdade para continuar os processos de corrupção e desvios de dinheiro. Na verdade, seria ainda mais fácil, pois consistiria em um roubo unilateral, excluindo agora os corporativistas e permitindo a exploração unicamente pelos políticos. Uma facilitação à corrupção, por assim dizer.


Até mesmo na repressão policial, vêem a atitude da "ditadura militar" e da repressão da Direita, utilizando a atividade policial para a demonização ideológica de grupos que proporcionariam uma mudança e rotatividade ideológica, essencial para uma Democracia.


E mais uma vez o brasileiro, agora "revolucionário", não entende um dos aspectos mais básicos do processo de corrupção, e entrega no Estado e nos políticos a esperança e a responsabilidade por um serviço de qualidade, magicamente acreditando que uma classe angelical de políticos seria humanista e responsável no cuidado e gerência de um serviço público. Estes políticos angelicais seguem o perfil de um Haddad, por exemplo, e sempre iludindo o povo conseguem seus cargos administrativos. Como um movimento que combate a corrupção movido por ilusões e pelas mesmas esperanças que tornaram o país tão corrupto pode ser considerado um movimento de mudança?


Ideologicamente, o movimento é apenas mais do mesmo, permeado por uma visão revolucionária extremamente esquerdista, que no contexto atual não promoveria mudança significativa alguma. A maioria inclusive, tomada por uma aversão à Direita e com uma visão demonizada das privatizações (trauma dos tucanos) e do empreendedorismo, pretendem mudar um quadro corrupto comunista com comunismo. É o mesmo que tentar tratar câncer de pulmão com cigarros. A mudança exige não só uma reestruturação administrativa, como uma mudança também ideológica. A troca e rotatividade no poder democrático não é feita apenas pela rotatividade de pessoas, mas também de ideologias.


Acontece que a paixão latina pelo comunismo impede que o Brasileiro veja na ideologia em si um problema ao país, fazendo com que tratem a questão como sempre tratam: meramente uma questão de pessoas erradas no local errado, como se a própria ideologia dos partidos e dos candidatos não interessasse, e sim apenas a boa vontade ou as boas intenções do candidato, junto a um discurso bem entonado. O que os pseudo-revolucionários pedem é a troca de mafiosos, mas a permanência da máfia - mesmo que em seu espírito combativo, pensem estar contra a própria máfia.


A médio e longo prazo os protestos não causarão efeitos práticos benéficos nem melhorias significativas. Outros movimentos, mais conscientes, realistas e racionais tem ganhado espaço - mas infelizmente, não na mídia - enquanto os pseudo-revolucionários do Esquerdismo morno e patético continuam apenas fazendo mais barulho. Eles oferecem soluções viáveis, como o fim do processo de licitações e a abertura do serviço público de transportes à livre iniciativa comercial, gerando não só mais alternativas de transporte, melhoria dos mesmos, maior concorrência (que traria diminuição nas tarifas), como também menor corrupção e a criação de mais empregos no setor. Alternativas assim, permitiram que locais como Cingapura migrassem do caos logístico e estrutural, para a comodidade dos sistemas públicos de transporte mais avançados do mundo.


Os "combatentes" da corrupção são na verdade promotores involuntários dela, pedem o fim da corrupção estatal clamando por mais poderes e controle estatal. Os protestos continuam sendo questões bairristas e administrativas, travestidas falsamente de "reestruturação" e grito inicial contra o governo. Enquanto os manifestantes não aprenderem a importância ideológica daqueles que estão no poder, e aprenderem a direcionar seus focos contra nomes e partidos específicos, ao invés de aleatoriamente atirarem em algo tão genérico quanto "governo" e "corrupção", a luta continuará sendo apenas barulho momentâneo do qual pessoas extremamente hábeis saberão tirar proveito para conquistarem projeção política.

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