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segunda-feira, 15 de julho de 2013

O tradicionalismo como sangue vital

"Tradicionalismo é a mais revolucionária ideologia dos nossos tempos": Julius Evola foi um dos estudiosos que melhor abordou a questão do embate entre o tradicionalismo e o progressismo tecnicista. 




Nossa civilização humana avança incrivelmente rápido no campo tecnológico e na Ciência em geral. Novos modelos de equipamentos substituem os atuais com uma velocidade incrível. A rotatividade das tecnologias é incrível, tornando difícil mesmo para os mais informados o seu acompanhamento. Descobertas no campo médico, na astronomia, discussões em campos da Física outrora considerados inexploráveis, no campo da microbiologia, e até mesmo em áreas outrora consideradas sagradas com o desenvolvimento da clonagem. O homem ganha cada vez mais papel ativo e catalisa suas capacidades de transformar a Natureza, galgando patamares outrora impensados. 


Entretanto, nosso progresso tecnológico e materialista não é acompanhado por um progresso de espírito, da moral ou da nossa identidade enquanto indivíduos. Ao contrário, notamos uma perceptível decadência de valores, de união cultural e do próprio ethos como agente de união social. Os valores e a moral seguem o mesmo ritmo de rotatividade das tecnologias humanas. Convenientemente, é trocado com grande constância por valores ou conjuntos de ideias efêmeros e passageiros, visando o caminho mais fácil, o comodismo e a tranquilidade da auto consciência.


O rompimento com os valores tradicionais e a substituição de valores atemporais por modismos ou conceitos modernos é um ponto negativo e extremamente prejudicial ao homem. O progresso materialista desacompanhado do progresso moral torna-se um efeito reverso e maléfico. O homem tecnológico é dinheirista, materialista, vazio de si e cheio de seu próprio ego e extremamente individualista, além de superficial. Somente a tradição e a identidade cultural atemporal produzem indivíduos sólidos, consistentes e moralmente elevados.



O materialismo vê nos problemas existenciais humanos questões e causas materiais e palpáveis. Todos os problemas do ser humano são causados por limitações físicas. Entretanto, os problemas humanos vão muito além de questões materiais. A falta de identidade ou de  solidez cultural cria um temperamento inconstante e uma personalidade arenosa, facilmente manipulável e destrutível. O homem sem raízes, sem passado e sem história é um homem cuja identidade é continuamente desfigurada.


Essa lacuna é preenchida pela tradição, pela sabedoria dos antigos, pelos valores milenares e atemporais e pela cultura histórica. Somente estes valores imutáveis criam uma solidez na qual o indivíduo poderá se sustentar e crescer enquanto pessoa. Todo o progressismo arroga a quebra de paradigmas e a consequente libertação infinita do ser humano. Entretanto, temos observado que o ser humano sem limites e vazio de identidade, completamente entregue ao modernismo superficialista, está longe de ser um indivíduo livre e consciente. Ele é mentalmente dominado pelas ideologias de lutas históricas e fisicamente obliterado pelo consumismo imediatista e vulgar.


Partindo do aspecto individual e levando a questão ao nível global, percebemos a instabilidade no cenário político e o caos existente como fatores diretamente consequentes do globalismo, a instituição internacional que destrói a identidade nacional e o tradicionalismo local. A imposição de estrangeirismos corrói a sociedade, mina a soberania nacional e a cultural dos países, que justamente por tentarem criar e manter uma imagem única e independente são minados tanto cultural quanto militarmente. Toda a nação cujos valores únicos, tradições, história e ícones são substituídos por modismos globalistas e amorfizações de sua personalidade enquanto nação sofrem de uma grave crise moral, política, econômica, social e estrutural. A Europa, que Julius Evola já descrevia como perdida em si mesma e desfigurada em sua identidade, experimenta hoje as consequências diretas e indiretas desse vazio existencial, que já se mostra forte e conquistador também no bastião ocidental dos Estados Unidos da América.


Minando a estrutura do indivíduo e desfigurando a identidade nacional, o progressismo unicamente material e o rompimento dos valores morais tradicionais criam cenários instáveis, caóticos e que não inspiram confiança nos cidadãos. Os efeitos no Brasil podem ser observados e estudados principalmente nas duas últimas décadas, com uma República cada vez mais desacreditada e com instituições nacionais que inspiram cada vez menos confiança por parte da população. Uma outra nação cujo exemplo das más consequências do abandono do tradicionalismo pode ser usado e facilmente ilustrado é o Japão.


Com uma cultura extremamente tecnicista, indubitavelmente a cultura mais tecnológica e materialista do mundo, o Japão moderno é uma versão desfigurada do Japão tradicionalista e medieval (e até mesmo o império nipônico construído na Segunda Guerra Mundial). A juventude tem a seu dispor uma sabedoria milenar, uma cultura extremamente rica e exemplos incrivelmente valiosos. Entretanto, os jovens japoneses modernos, em sua quase totalidade, não apenas abandonaram esta cultura, como a desfiguraram apenas para criar uma representatividade artística e jovial, e hoje encontram dificuldades nas questões mais simples, como o relacionamento interpessoal.


Apesar de intrinsecamente ligada à religião, a filosofia e os benefícios tradicionalistas não se restringem e nem exigem que o indivíduo se associe a uma religião específica. A própria identidade e os eventos culturais que transcendem o tempo e o espaço são realizações humanas muitas vezes puramente seculares, criando uma estruturação até mesmo ao indivíduo que nega a divindade e não pratica nenhum sistema religioso. Entretanto, sem a contribuição religiosa, grande parte do próprio ethos social é perdido e desfeito, e o próprio tradicionalismo perde uma imensa riqueza de detalhes e elementos.


O homem moderno deve aprender a conciliar tanto o avanço científico quanto a permanência e valorização daquilo que é atemporal e sólido. Materialmente, deve ser desprendido o suficiente para saber utilizar as coisas e os objetos sem objetificar as pessoas, confundindo relações interpessoais com relações e interações com objetos. Não deve estagnar seu conhecimento, ao mesmo tempo em que não deve se desprender totalmente das identidades tradicionais.


A filosofia moderna anti-espiritual e da negação da atemporalidade na importância da união social e na relevância da vida do homem comum cria um indivíduo extremamente tecnológico, mas pobre em consistência e aptidão humana, isolado em torno de si mesmo e anestesiado de suas raízes. Um indivíduo desinteressado pelo passado histórico e unicamente direcionado a um futurismo apressado não é um indivíduo livre, e sim, um indivíduo que antecipa sua queda correndo em direção a um precipício. E disso, apenas a insatisfação improdutiva (não aquela que estimula e impele a conquistar mais, mas sim aquela que causa desgosto e irritação) e a inconstância caótica podem surgir como resultado. 

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